Inimaginável hoje

Imagine isso. Um país com dois dos melhores pilotos do mundo na época. Um deles já três vezes campeão mundial, o outro, ex vice-campeão. Os dois, ultra-profissionais, correndo para as duas melhores equipes do mundo na época. Num GP no seu próprio país, quase dá zebra. Um conterrâneo, sem muito pedigrê e ainda por cima, diletante, consegue liderar mais da metade da corrida, seu terceiro GP, até que o câmbio o deixa na mão.

Pois aconteceu, mais precisamente na Argentina, em 1956. Os dois feras, ultra-profissionais eram Fangio e Gonzalez, o primeiro estreando na Ferrari (na realidade, uma Lancia adaptada) e o segundo pilotando Maserati. O estreante audaz, Carlos Menditeguy, que durante 38 gloriosas voltas liderou o GP do seu país, com diversos pilotos de valor na pista, Moss, Castelloti, Collins, Musso, Hawthorn, Behra.

E Fangio/Gonzalez? Pois bem, Menditeguy não os humilhou tanto assim. Os dois argentinos foram os dois primeiros a abandonar a prova, Fangio na 22a. volta, e Froilan na 24a. Mas ainda assim, Menditeguy, que também corria de Maserati, ficou à frente dos seus herois durante um bom tempo.

Menditeguy e Hawthorn

No fim das contas, Fangio acabou vencedor, ao tomar a direção do carro de Musso, iniciando bem o ano. Diga-se de passagem, a sua mais fraca temporada vitoriosa. Já Menditeguy nunca foi nenhum Fangio ou Gonzalez, estava mais para Mieres, outro argentino rápido mais conhecido por ser um multi-desportista, que também liderou um GP. Carlos chegou em terceiro no GP argentino de 1957, e disputou a F1 até 1960, sem nunca mais demonstrar a grande perícia de 1956. Notem que era o quarto piloto da equipe de fábrica da Maserati naquela corrida - os outros, Moss, Behra e Gonzalez.

Um detalhe interessante – nessa prova, Chico Landi marcou os primeiros pontos de um brasileiro no mundial de F1, compartilhando um Maserati com Gerino Gerini, e marcando 1,5 pontos.

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