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Mostrando postagens de maio, 2017

O quase Grande Premio de Israel

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Confesso que gosto de achar corridas obscuras em lugares estranhos. É um hábito difícil de satisfazer, entre outras coisas por que existem poucas informações sobre corridas obscuras. Por razões óbvias. Uma das mais interessantes foi a prova monomarca de Cisitalias realizada no Egito, sobre a qual escrevi há alguns meses atrás,  http://brazilexporters.com/blog//index.php/2011/08/21/quem-inventou-os-monomarcas-1?blog=5 . Falando em Oriente Médio, e aquelas bandas, hoje em dia nos acostumamos com corridas em Qatar, Bahrain etc. Porém, há quarenta e poucos anos atrás mal se falava em corridas de carros naquela parte do mundo. Quem sabe, havia corridas de camelos. Houve, entretanto, uma tentativa de inserir Israel no calendário invernal da Europa, em 1970. Não foi uma corrida de Formula 1. Seria uma corrida de F2. Explico o seria. Os organizadores obtiveram ajuda do ADAC Alemão, que conseguiu convencer 12 participantes a se descambar para Israel. Entre os participantes, dois fu

Brasileiros no Aratiri

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Vez por outra recebo uma coisa super deliciosa no email. Como um email enviado por um leitor, resgatando uma aventura da pilotos brasileiros, da qual já tinha ouvido falar, mas não tinha detalhes documentários. Agora tenho. Foi a inauguração do autódromo de Aratiri,em Asuncion, no Paraguai, em 9 de maio de 1971. Os pilotos brasileiros nesse caso não eram paulistas como os conhecidos Luiz Pereira Bueno e Lian Duarte, que fizeram algumas excursões bem sucedidas à Argentina em 1971, mas sim, diversos pilotos paranaenses, convidados para o grande evento. Ao todo foram realizadas seis corridas naquele dia - cinco para carros de turismo, e uma para Esporte Protótipos. As provas de carros de menor cilindrada não contaram com a participação de brasileiros, mas um argentino ganhou a classe A, Roberto Schwart, pilotando um Renault. Outros carros participantes foram Honda e FIAT. Na categoria B, um número maior de concorrentes, mas só quatro terminaram a prova, vncida pelo local Juanbi G

Lameirão em 74

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  A temporada automobilística de 1974 foi problemática, pois exceto pelo campeonato brasileiro de Divisão 1, todos outros campeonatos se concentraram ou foram iniciados no segundo semestre do ano. Foi pouca a atividade automobilística no início de 1974. A categoria que mais sofreu com isso foi a Divisão 4, justo aquela que teve mais provas em 1973. Entretanto, uma pequena corrida do campeonato paulista de Divisâo 4 provou que havia um futuro para a categoria, infelizmente não concretizado. A corrida foi realizada em 3 de agosto, em Interlagos. Somente seis carros participaram, um da classe B (Antonio Carlos Avallone) e cinco da classe A (Chico Lameirão, Mauricio Chulam, Marcos Troncon, Newton Pereira e Jan Balder). Era pouca gente, mas os cinco da Classe A eram definitivamente os melhores carros e pilotos da categoria no Brasil, exceto pela falta de Edson Yoshikuma. Lameirão abandonava o Avallone-Chrysler, com o qual tinha chegado em segundo em Goiania, e usava o Polar-VW da Eq

A Temporada de Fórmula 1 de 1972

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Em comemoração aos 40 anos da vitória de Emerson Fittipaldi no campeonato de Fórmula 1 de 1972, decidi escrever alguns posts sobre o assunto. A temporada em si teve uma série de curiosidades, que registrarei aqui. A temporada marcou a volta da América do Sul ao calendário mundial, com a realização do GP da Argentina, disputado pela última vez em 1960. Desde então, realiza-se pelo menos um GP no continente. Carlos Reutemann marcou a pole em seu primeiro GP oficial. Foi também realizado o primeiro GP de F-1 no Brasil, em Interlagos. Curiosamente, num dia de semana. O líder da primeira volta foi Wilson Fittipaldi Junior. Foi a última vez em que uma equipe de F-1 alinhava 5 carros num GP, algo que era razoavelmente comum nos anos 50. A BRM realizou a façanha. O chefão da equipe, Louis Stanley, chegou a pensar em alinhar oito carros! Foi a última temporada com 12 GPs. De 1973 em diante, nenhuma temporada teve menos de 14 corridas. Foi a última temporada em que o campeão usou

A última vitória da Jolly

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A equipe Jolly foi a grande equipe brasileira do final dos anos 60. de fato, em 1969, ano de poucas corridas, foi quase hegemônica no Brasil, ganhando corridas no Rio, Curitiba, Rio Grande do Sul, Fortaleza e Salvador. Em 1970 ainda ganhou algumas corridas, e em 1971, veio sua última grande vitória, nas 12 Horas de Interlagos. Ocorre que em 1970 a 1971, chegaram no Brasil diversos bólidos muito mais rápidos do que as Alfas GTA e GTAM usadas pela Jolly. Sua P33 havia sido destruída pela segunda vez em 1970, e só sobraram os bem preparados cupês - que pouco ou nada podiam fazer contra os Porsches 908-2, 910, 907, Lolas T210 e T70, Royales e Ford GT40 da vida. Até alguns protótipos brasileiros, como os Avallone, alguns Mantas, Fúrias e Heves, já eram bem mais rápidos do que as GTA. A última vitória da equipe se deu em 1972. Sei que na época do Torneio FIAT 147, alguns carros correram com sucesso sob patrocínio da Jolly, então uma concessionária Fiat. Porém, estou me limitando à equ

UMA CARREIRA À MODA ANTIGA

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Há questão de dois anos atrás examinei criticamente as minhas atuações em redes sociais e blogs. Cheguei à conclusão de que me causavam um prejuízo em produtividade, e  interferiam de forma negativa até mesmo na minha vida social. Resolvi parar de blogar e limitar minha atuação na internet, até conseguir ficar um ano sem postar nada no facebook. Consegui atingir meus objetivos, e acho que atualmente tenho uma relação mais saudável com a internet. Justo no dia em que estava voltando a participar mais, comentar com maior empenho nos postings de outros, fiz o erro de interagir em uma postagem num certo grupo. O autor postava a foto de um ex-piloto de Fórmula 1 numa corrida de Fórmula 2 nos anos 70, dizendo que naquele tempo os pilotos praticavam o esporte por mero prazer, e por isso corriam em diversas categorias. Na minha inocência, comentei que não era bem assim, e que nos anos 50, 60, e 70, pilotos de Fórmula 1 basicamente precisavam correr em outras categorias, pois eram muito

Algumas outras corridas avulsas da Divisão 4 em 1972

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Outro dia escrevi sobre duas provas avulsas da Divisão 4, realizadas em 1972, nas quais Antonio Carlos Avallone saiu-se vitorioso. O texto está no blog que escrevo dedicado ao piloto-construtor-promotor. Ocorre que apesar do número pequeno de provas do campeonato brasileiro da categoria em 1972 (só três), foram realizadas diversas outras provas para protótipos nacionais no curso do ano, inclusive a prova realizada em Curitiba ganha por Norman Casari. Já escrevi sobre esta também. Durante a realização da fracassada Copa Brasil, foi realizado um simpático torneio de provas de Divisão 4, preliminares das fracas provas da Copa. Acabaram sendo mais interessantes do que as corridas principais. Foram realizadas três corridas, com a participação de um número já razoável de protótipos Avallone, a maioria com motores Chrysler, um com motor Chevrolet. No carro de "fábrica" estava Jan Balder - o baixinho já tinha problemas suficientes para administrar seu periclitante torneio. E

Algumas vitórias avulsas do PV

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O sucesso excessivo muitas vezes gera críticas, em vez de elogio. Vejam, por exemplo, o caso de Michael Schumacher. Muitos, principalmente no Brasil, criticam o alemão dizendo que este só ganhou tantas corridas e campeonatos por que tinha o melhor carro. Esquecem-se que nossos campeões quase sempre ganharam títulos na F1 porque tinham o melhor carro, salvo Emerson Fittipaldi em 1974. E geralmente, os campeões têm o melhor carro!!! A quantidade industrial de vitórias, poles e voltas mais rápidas de MS requer, sem dúvida, um talento especial. No Brasil, alguns pilotos bem sucedidos também foram criticados. Camilo Christofaro foi alvo de críticas nos anos 60. Alguns diziam que o Lobo do Canindé só ganhava tantas corridas porque participava de categorias com poucos carros ou talento, as Carreteras e Mecânica Continental. Uma inverdade, pois Camilo ganhou provas em outras categorias, e conseguiu tocar sua carretera 18 competitivamente quando esta já devia ter sido aposentada. Já com

Planos fracassados

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Todos temos planos fracassados, até os mais bem sucedidos na vida. Entretanto, em alguns casos a zebra é tão grande que não dá para explicar. A Copa Brasil de 1972 é um desses casos. O ano de 1972 foi o ano em que o Brasil teve mais corridas internacionais, de uma série de categorias, até um passado mais recente. Além da realização da primeira corrida de Fórmula 1 moderna no país, foi também realizado um bom torneio de Fórmula 2 e uma edição dos 500 Km de Interlagos com muitos carros internacionais. Era de se esperar que a Copa Brasil fechasse o ano com chave de ouro. Entre outras coisas, ainda haviam alguns carros de Grupo 6 no Brasil, em condições de correr. O Porsche 908-2 da Hollywood, o Ford GT40 e McLaren do Greco, o Porsche 910 ex-Hollywood, a Lola T210 da Hollywood, a Alfa T33 da Jolly, e os Royales. Sem contar diversos Avallones com motor de grande capacidade, e um grande número de protótipos na Argentina. A imprensa veiculou um plantel interessante de participante

A pressão do tempo

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Outro dia um amigo no FB publicou uma foto do Ford GT40 do Chris Amon, e desandamos a conversar sobre as façanhas do azarado - porém rápido - neozelandês. Chrissy é considerado até hoje o melhor piloto de F1 a não ter ganho um GP. Antes de Chris, houve Jean Behra. O francês era muito rápido, e ganhou muitas corridas fora do campeonato. Só não conseguia ganhar no Mundial de Pilotos. Entretanto, ficou conhecido por desempenhos excepcionais com os fracos Gordinis, sem contar as excelentes corridas com a Maserati. Ocorre que em 1958, o tempo não era um grande amigo do gálico. Para piorar as coisas, naquele ano seu conterrâneo Maurice Trintignant havia ganho seu segundo GP. Há quem goste de dizer que não existe rivalidade entre pilotos do mesmo país, e que principalmente no automobilismo de outrora tudo era um companheirismo só. Grande balela. Sem dúvida, a pressão se amontoava nos ombros de Behra, a hegemonia de melhor piloto francês da era estava em jogo. O sonho do francês era g

A última vitória de uma geração

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Em 1972, além dos 500 km e 3 Horas de Interlagos, as únicas corridas de longa duração realizadas no Brasil ocorreram no Rio Grande do Sul. As provas passavam a ser preponderamente de curta duração, em forma de baterias, não só de Fórmula Ford, como também de protótipos e carros de turismo. As tais corridas de longa duração no sul form as 12 Horas e os 500 km de Tarumã, esta última corrida chamada Prova Catharino Andreatta. As provas eram válidas para o campeonato gaúcho de D3. A prova em homenagem ao mestre das carreteras acabou sendo vencida justamente por um dos poucos pilotos em atividade naquela época, que chegaram a disputar provas de carretera com Andreatta, José Asmuz. O ex-piloto de carretera e Breno Fornari, que disputava a F-Ford, eram os dois remanescentes da época mais gloriosa do automobilismo sulino. Chegou a ser uma surpresa, a vitória de Asmuz, pois ele correu com um Opala 2500, que geralmente só conseguia disputar boas posições na sua classe, até 3 litros, fre

O taxista de São Paulo, e muito disse não disse

Muitos tentam apontar qual é o momento em que começou a ferina rivalidade entre Nelson Piquet e Ayrton Senna. Certamente, ao que tudo indica a guerra foi declarada antes mesmo de Senna estrear na F1. O palco foi a pista francesa de Paul Ricard, no final de 1983. Nesse dia, Ayrton Senna e diversos outros pilotos testaram o Brabham-BMW que havia ganho o campeonato daquele ano nas mãos do também brasileiro Nelson Piquet. Presentes estavam o próprio Piquet, que marcou o tempo base no carro em configuração de corrida (de 700 hp) e toda a hierarquia da Brabham. De fato, recentemente foram entrevistados pela revista F1, para falar sobre este teste, Bernie Ecclestone, Gordon Murray, Herbie Blash e Charlie Whiting, três destes ainda atuantes na F1, nos mais altos níveis. Dois destes, Ecclestone, o dono da equipe, e Blash, o mecânico chefe, dizem que Piquet, conhecido por suas brincadeiras, teria se referido a Senna como o "taxista de São Paulo". Com isso, corre por terra qual

O sucesso duplo do qual pouco se fala

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No final de década de 90, início do milênio, apesar do fraco desempenho na Fórmula 1, pilotos do país acumularam dezenas de titulos na Europa, Estados Unidos e Ásia, em uma estonteante gama de categorias. Houve anos em que o número de vitórias brasileiras em corridas no exterior chegava perto de cem, e parecia que mais cedo ou mais tarde, surgiria um campeão mundial de F-1 daquela geração. Na realidade, não surgiu. Felipe Massa chegou perto, ficou a uns poucos minutos de se sagrar campeão em 2008, porém, não tivemos o sucesso esperado na Fórmula 1, e até mesmo as vitórias em outras categorias minguaram nos últimos anos. Em 1978, o número de pilotos brasileiros correndo no exterior era pequeno, porém, Nelson Piquet conseguira o terceiro título brasileiro no inglês de Fórmula 3, indicando um bom futuro, que eventualmente se concretizou. Existe um sucesso de piloto brasileiro no exterior do qual pouco se fala, que tem diversos ângulos especiais. Não se tratava de corridas na Euro

As preliminares da F2 em 1972

Para um aficcionado atual do automobilismo, acostumado com calendários de F1 com vinte corridas, e herois que correm exclusivamente nos GPs, é um pouco difícil entender a F2 do início da década de 70. Naquela época de calendários mais enxutos, e salários bem mais curtos, os pilotos ainda ganhavam uma boa grana pilotando em outras categorias, como Esporte-Protótipo, Fórmula 5000, Can-Am, Turismo, GT, Fórmula Indy, e acima de tudo, a Fórmula 2. De fato, pilotos de GP ainda ganhavam muitas corridas da categoria, e em 1972 nosso futuro campeão Emerson Fittipaldi ganhou três corridas do Campeonato Europeu. Sendo assim, a Fórmula 2 era uma categoria de prestígio, na qual um novato podia combater por posições contra pilotos mais experientes, em alguns casos, até ex-campeões mundiais como Graham Hill e John Surtees. As duas temporadas brasileiras de F2 deram assim oportunidades ímpares para bons pilotos brasileiros disputarem a categoria sem ter que vender todos os seus bens e embarca

A primeira corrida do Brasileiro de Turismo de 1972

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A primeira corrida de 1972 do Campeonato da Divisão 3 foi realizada em Tarumã. Ao contrário do formato de corrida de 1971, esta corrida foi composta de três baterias de 1 hora, e teve uma boa lista de inscritos, com 34 carros, a maioria pilotos locais. As corridas do Sul tinham mais diversidade do que as corridas de carros de turismo de São Paulo. Além dos onipresentes Opalas e Fuscas encontrados em todos os lugares, os sulistas ainda corriam com Simcas e DKWs, e até mesmo um raro Aero Willys, e bem preparados Ford Corcel e VW 4 portas. Foi uma corrida de Pedros - o Carneiro Pereira forçou bastante, mas foi o outro Pedro, o De Lamare, que venceu mais uma vez. Na verdade, De Lamare venceu todas as três baterias, e terminou três voltas à frente de Pereira. Os outros dois corredores na classe foram João Schmidt e Milton Amaral. A Classe B, por sua vez tinha mais carros do que a classe C, e  José  Pedro  Chateaubriand, com um FNM, obteve a vitória à frente do veterano José Asmuz. Na

O preço do ostracismo

Gimax, Al Pease, Hiroshi Fushida, são alguns dos muitos pilotos que chegaram na F1, porém, de modo geral não são conhecidos do grande público. Se na F1 é assim, o que dizer de outras categorias. O fato é que o automobilismo é um esporte em que poucos se sobressaem. Numa F1, podemos ter a impressão errada de que todos os pilotos são bem sucedidos, mais cedo mais tarde, por que pelo menos nessa categoria os pilotos geralmente já foram campeões ou vices de alguma coisa relevante, em algum ponto das suas carreiras. Porém, a realidade é um pouco mais cruel. Se eu sentar aqui, provavelmente, posso escrever de memória o nome de uns mil pilotos. Se forçar mais um pouco, uns outros mil. Depois, a memória começa a falhar. A realidade é que em cada corrida só há um vencedor na geral. As outras dezenas de participantes vai para casa com o prazer de participar, alguns de liderar ou fazer a pole, mas vencedor, só um piloto (ou seus co-pilotos, lógico).

DO CÉU AO INFERNO EM DUAS SEMANAS - A STOCK-CAR EM 1979

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Há quem reclame do campeonato brasileiro de Stock Cars atual. Há aqueles que dizem que o campeonato é desorganizado, outros que falta compromisso das equipes e pilotos, que tudo é um jogo de interesses e que automobilismo no Brasil é uma verdadeira bagunça. Obviamente são pessoas que não conhecem nada da história do automobilismo brasileiro. O primeiro campeonato brasileiro de Stockcars foi realizado em 1979, substituindo o Grupo 1, visto que a concorrência entre Opala/Maverick evaporara e o campeonato se transformara em virtual monomarca. Assim, a GM resolveu promover seu produto exclusivamente, chamando-o de “Torneio Nacional Chevrolet de Stockcar” com óbvia alusão aos carrões americanos mais brabos. O campeonato, que teria 14 corridas, em si uma grande novidade para os brasileiros acostumados com campeonatos de seis corridas, começou com virtual domínio de Afonso Giaffone, que ganhou as três primeiras provas do ano de forma inconteste. Eventualmente a vantagem dos motores pre

Um dia difícil para o Avallone

Antonio Carlos Avallone foi uma das mais importantes figuras do automobilismo brasileiro dos anos 60 e 70. Além de ter sido vencedor da primeira edição dos 1000 km de Brasília, Avallone correu com uma grande variedade de carros, em diversas categorias, desde carreteras até Fórmula Super Vê. Foi um dos primeiros brasileiros a se debandar para a Europa no final dos anos 60, e teve a coragem de encarar a Formula 5000, em vez de categorias menores. Criou a Copa Brasil, organizou inúmeras corridas com o Avallone Motor Clube, quase trouxe a F-5000 para o Brasil e eventualmente, produziu diversos carros de corrida, inclusive o Avallone Chrysler com o qual foi campeão brasileiro da Divisão 4, em 1973. Também produziu carros de Super-Vê e Fórmula Ford, que ganharam provas em todas as categorias em que correram. Eventualmente reduziu as suas atividades competitivas, voltando-se para a produção de carros de rua. Nos idos de 1981 Avallone estava correndo na Stock Cars, além de disputar uma recé

Hitler a ver navios

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Não é segredo para ninguém que o Hitler gostava de usar o esporte como instrumento de propaganda política. Nas Olimpíadas de 1936, realizadas na própria Vaterland, o Hitler teve que engolir seco quando um atleta americano, ainda por cima negro, bateu os alemães. O Tazio Nuvolari também deixou Adolf chupando o dedo quando, equipado com um fraco Alfa-Romeo, deixou as equipes Mercedes e Auto Union devendo explicações ao temeroso fuhrer, isso em 1935. Em duas outras ocasiões a máquina de propaganda nazista encontrou problemas em locais inesperados. É inquestionável que a Mercedes e Auto Union dominaram o automobilismo europeu de 1934 a 1939, mas os carros não eram imbatíveis. As excursões da Auto Union para a África do Sul e Brasil não deram os resultados esperados, pelo menos em termos de intimidar o público dos dois países com a supremacia alemã. No Brasil, todos sabemos a história. O Barão Stuck veio ao Brasil com toda intenção de ganhar a corrida da Gávea, em 1937, a acabou le

Mudança da guarda ou o doce dia da vitória inicial

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Em 2009 o mundo se deparou com uma situação inédita na Formula 1: no GP da Austrália, as duas equipes que tinham melhores chances de ganhar a corrida eram duas equipes que nunca haviam ganho um único GP, a estreante Brawn e a já veterana Red Bull. Pois uma situação análoga ocorreu em uma importante corrida brasileira. Nesse caso, as 12 Horas de Porto de Alegre de 1968, os carros eram o veterano Fusca e o recém lançado Ford Corcel. E os quatro pilotos desses dois carros estavam entre os 5 melhores pilotos brasileiros da época. O VW já era produzido no Brasil desde 1952, inicialmente em forma CKD. Seria mentira dizer que o Fusca nunca houvera ganho uma corrida no Brasil nos dezesseis anos anteriores - não foi esse o caso. Entretanto, o Fusca, dentre os carros nacionais normalmente usados em corridas, tinha sido o único a não alcançar vitória geral numa das diversas importantes provas de longa distância que compunham o calendário nacional de corridas. Os sedãs JK, o Simca, o DKW e at